Este
Abril celebramos os 50 anos da revolução dos cravos, que só foi
possível porque muitas pessoas – em Portugal, e nos países nesse momento
sobre ocupação colonial – recusaram consentir com um regime opressor,
entrado em resistência e conquistando a liberdade.
Este Abril, 11
pessoas vão a tribunal e serão julgadas por se recusarem a consentir
com um sistema mortífero e resistirem. Poderão ser condenadas a mais do
que 1 de prisão. O que fizeram? Pararam a normalidade durante 30
minutos, bloqueando a entrada do túnel do Marquês de Pombal num protesto
político, deixando veículos em marcha de emergência passar. Porquê?
Para que paremos de normalizar a violência atual e todas as pessoas
deixem de consentir com a destruição de
tudo o que amamos.
Durante
o mês passado, o 10º seguido mais quente da história, assistimos a 63ºC
sentidos no Brasil e a um tornado em Lisboa. Não é normal. Não podemos
normalizar a violência extrema que é a seca no Algarve, os milhões de
pessoas atualmente deslocadas, e as milhares de mortes devido à crise
climática. Sabemos que os governos e as empresas continuam os seus
planos. Escolhem condenar milhões à morte de forma coordenada e
premeditada. Ao que se chama a isto se não uma guerra que eles
declararam unilateralmente contra as pessoas? Delegar-lhes a
responsabilidade de travar a crise climática é o mesmo que esperar que o
ditador ponha fim à ditadura.
Enquanto 11 pessoas serão julgadas
nos dias antes do 25 de Abril por lutarem pela vida, o que vamos nós
estar a fazer? Junta-te às Assembleias de Abril – estes serão dias de
solidariedade e resistência, que acontecerão ao longo dos 3 dias do
julgamento, das 8h00 às 22h00, no Campus da Justiça em Lisboa.
Vem
debater sobre o estado atual e como vamos parar esta guerra, e estar
presentes em solidariedade para que ninguém fique para trás. Junta-te
também à Assembleia de Ação, onde estaremos, com base nos resultados da
Assembleia em Resistência Climática de Dezembro passado, a discutir que
reivindicações queremos enfatizar numa ação de resistência, contra a
guerra que nos foi declarada.
O que vai acontecer nos dias 22,
23 e 24 de Abril não será, por isso, apenas sobre as 11 pessoas que vão
ser julgadas. Este julgamento e este momento histórico é sobre cada uma
de nós. É sobre como daqui a 50 anos se vai contar o que foi feito
pelas pessoas hoje para travar a guerra contra a vida. O que estavam as
pessoas que defendiam a liberdade a fazer há 50 anos atrás? O que deve
estar quem defende a vida e a liberdade a fazer atualmente?
Foram 11, têm de ser mil, junta-te às Assembleias de Abril!
Transcrito: https://www.climaximo.pt/convocatoria-foram-11-tem-de-ser-mais-que-mil-assembleias-de-abril-22-24-de-abril/