O gás é tão natural como o petróleo, o carvão e as areias betuminosas. Estão todas entre as energias extremistas...
Vejamos como é extraído e as consequências daí resultantes.
No ano 2000 houve uma expansão exponencial no Estados Unidos da América (do Norte), recorrendo à extracção através da fractura hidráulica (fracking, em inglês). Com este método, para extrair petróleo e gás, fazem-se furos nas rochas do subsolo injectando um fluído a alta pressão. Fluído que tem entre os seus componentes ácidos, biocidas, espumas, gel formaldeído, benzeno, xileno, crómio, antimónio, hidróxido de sódio, tolueno, etanol, naftaleno e areia, entre centenas de outros produtos químicos.
Após a abertura do furo, as areias mantêm-no aberto para assim o gás e o petróleo poderem sair das jazidas geológicas, usualmente através de condutas. Este fluído contamina solos, subsolos e a escassa água doce e potável subterrânea.
Como o fluído é injectado a alta pressão provoca e aumenta a frequência de tremores de terra. Este processo, como está documentado em, por exemplo, Gasland, destrói e contamina os terrenos, ás águas ficam cheias de metano dissolvido e o ar irrespirável, provocando doenças a pessoas e animais. Em suma: destruição absoluta, matando toda as formas de vida.
Segundo João Camargo, as fugas de gás nos poços de petróleo, de gás e nos solos desestruturados pode atingir, em volume, os 9% do gás extraído. A introdução da extracção do gás por fractura hidráulica (fracking) levou a que os Estados Unidos sejam os maiores produtores de gás do mundo, e as emissões de gás metano, para a atmosfera, no país, aumentaram em 30% desde 2002. O gás metano tem um efeito de estufa muito superior ao do dióxido de carbono (25 a 84 vezes maior, ainda que fique menos tempo na atmosfera).
Este método de exploração e extracção de gás e de petróleo, para além de destruírem os territórios onde se instalam, tornando-os inabitáveis e matando todo o tipo de vida, aumentam e aceleram exponencialmente as emissões de gases com efeito de estufa. Os EUA são os maiores produtores de gás por fractura hidráulica, mas também a China, Argélia, África do Sul, Argentina, México, Inglaterra e Canadá o fazem. A Irlanda, Escócia, Bulgária e Alemanha, não utilizam esse processo, e a França, Holanda e Tunísia adoptaram uma moratória contra a sua utilização.
Respigado de: Manual de Combate às Alterações Climáticas, João Camargo, Edições Parsifal, Lda, Lx., 2018, p.p. 189/190.