segunda-feira, 21 de março de 2022

PORQUE É QUE A CARAVANA FALA SOBRE JUSTIÇA SOCIAL?

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Justiça climática é justiça social. A degradação ambiental acarreta consigo degradação social e injustiças. Quando uma série de territórios sofre fogos infernais mas nem o regime de propriedade nem o tipo de espécies são alterados, continuando a reinar o monopólio do eucalipto para alimentar as indústrias da celulose, está a acontecer uma injustiça social. Quando as condições inclusivamente pioram para esses territórios e essas comunidades, abandonadas como se nem pertencessem à sociedade do país, essa é a manifestação da injustiça social que existe sempre que não existe justiça climática. Quando são as pessoas que pagam caro, muitas vezes com a vida, crises que não criaram e emissões que não emitiram – com secas e fogos – estamos perante uma injustiça social massiva.

A crise climática é o momento de mudarmos tudo. Todas as centrais a gás pelas quais vamos passar têm de ser reconvertidas para produzirem energia renovável, garantindo ao mesmo tempo formação e emprego para os trabalhadores. A ganância de lucro da indústria da celulose tem de ser desmantelada, e o nosso território reflorestado com outras espécies de forma a criar resiliência, a construir comunidade e paisagem mais ricas, povoadas e mais seguras. Os rios têm de ser limpos, têm de ser protegidos, as espécies e ecossistemas mantidos e a água tem de gerida como o bem público que é, e não só como um factor de produção numa qualquer fileira industrial. Isto é justiça climática.