segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

COP28: DIA HISTÓRICO?

Esta COP, como todas as anteriores, só podem ser descritas como eventos vergonhosos onde, "os senhores do mundo, mandadores sem lei", demonstram a sua indiferença, o seu profundo desprezo, a sua deliberada mentira e a repetida traição a todas as pessoas que neles ainda acreditam.

A maioria das pessoas já não acreditam. Isto é evidente e claro. Os Estados, as Federações e Uniões de Estados e as corporações empresariais, de todos os sectores de actividade, em particular as extractivas, bem podem continuar a prometer participações, consultas públicas, programas, tratados e grandiosas proclamações de desenvolvimento e crescimento sustentável, economia circular, verde, azul, e outras patranhas afins, porque a verdade é que não podemos acreditar em tais mentiras.

Após 28 COP.s, são gerações de incessante e continuada frustração com os governos, a união europeia e demais instituições internacionais, em particular as imperiais super-potências que se consideram donas do Planeta e das nossas vidas, deixaram as pessoas cansadas, impacientes e em situação precária e instável. Cada vez mais pobres, em todas as dimensões, e sujeitas a catástrofes cada vez mais frequentes e extremas.

As COP.s, os Estados e os governos que a compõem vão continuar a tentar sossegar-nos com hipócritas declarações políticas e com ainda mais ocas promessas ou com as mais retorcidas das retóricas, exigimos que sejam aplicadas as medidas que a comunidade cientifica considera necessárias e urgentes, estas são do conhecimento de todos os participantes das COP.s: Estados, Governos e todas as Instituições nacionais e internacionais...

As pessoas e movimento nacionais e internacionais que se batem pela justiça social e climática têm, pacificamente, tomado posição pública e com acções de rua com essa exigência. Com vista a mobilizar, alertar e apresentar propostas concretas para a resolução  e  como resposta: repressão; detenções, intimidações, processos, julgamentos e condenações judiciais.  

Exercendo, assim, os nossos direitos, direitos de todas as pessoas, que têm demasiado valor para se renderem a toda e qualquer espécie de retórica e hipocrisia. 

Não podemos abdicar dos nossos direitos sem do mesmo modo nos destruirmos enquanto espécie. Os nossos direitos não significam nada para os detentores do poder e seus serviçais, como está claro, e demonstrado ao longo dos tempos, quando, após assinarem acordos, tratados e proclamações, decidem rasgá-los como inúteis pedaços de papel, isso quer dizer que nós, como pessoas, não significamos coisa nenhuma.

Nós não podemos aceitar, submeter-nos, a semelhante situação; e não vamos aceitá-la. O que sabemos é isto: enquanto lutarmos pelos nossos direitos, havemos de sobreviver, construir e criar condições de vida digna e justa. «Se nos rendermos, morremos.» Harold Cardinal.