sexta-feira, 6 de outubro de 2023

O Poeta Eugénio de Andrade nasceu à Cem anos

Eugénio de Andrade nasceu na Póvoa da Atalaia, concelho do Fundão, a 19 de Janeiro de 1923 e morreu a 13 de Junho de 2005 no Porto.

Juntamo-nos às comemorações, dos cem anos do seu nascimento, transcrevendo uma entrevista feita por Antónia de Sousa (Diário de Notícias), em 24 de Julho de 1983. Porque, apesar de terem passado quarenta anos, está actual.

ESTE PAÍS É A MINHA FERIDA*

Em fins de Maio, no Porto, preparei, noite adiante, no silêncio de um quarto de hotel, o que pensava ir ser a entrevista consentida com Eugénio de Andrade. Um amigo servira de mediador entre o meu desejo de, ao vivo, caminhar «pelos afluentes do silêncio» e coher das palavras casuais o que está antes e para além do poema (a verdade do homem) e o poeta que anuíra em me receber. Às cinco da tarde.

Não era um trabalho de encomenda que executava, mas a proposta pessoal de confronto com o mistério da arte, com a voz que nasce do silêncio. Eugénio de Andrade, o poeta escolhido. No jardim de S. Lázaro, perto das cinco, lancei um último olhar aos apontamentos recolhidos, pronta a seguir para o espaço ainda em branco da entrevista, expectante das palavras que iria colher para o leitor e com as quais pretendia fazê-lo comungar dofascínio da criação poética, como reveção ou ampliação de um gosto já adquirido.

Acreditar em prenúncios! A expectativa pacífica em que me encontrava foi perturbada, de repente, pouco antes das cinco, quando descobri que me enganara na rua. E foi uma corrida contra o tempo, uma luta com o labirinto das ruas e, enfim, a casa.

«Pode crer, não é por antipatia por si, mas é-me impossível dar-lhe a entrevista. Estou-me nas tintas para os jornais. Não dou entrevistas. De vez em quando dou uma coisa dessas para as revistas literárias, mas raramente.»

Tento ganhar tempo. Adaptar-me ao inesperado da situação, descobrir a medida exacta da recusa e até que ponto posso voltá-la a meu favor.

E alega:

«Não tinha ainda ouvido dizer que não era um homem fácil, que podia até ser muito antipático, ou brutal?»

Entretanto, escreve uma dedicatória na última edição de um dos seus livros e mostra-se disposto a «despachar-me», amavelmente, com o óbulo de As Palavras Interditas e a «simpatia, apesar da impertinência, do Eugénio de Andrade», como dedicatória. Não sou propriamente coleccionadora de autógrafos. Tenho a maior parte da sua obra, mas não lho digo. Não quero adulá-lo. Não estou vencida e não tenho ainda a certeza de a sua atitude ser uma pose ou verdadeira recusa. «Conversamos um bocadinho e depois expulsa-me...», proponho. E pergunto:

- O que é mais importante na sua obra: a pele, o Alentejo ou a mãe?

Por momentos o silêncio foi denso, pesado, cheio. O rosto e os olhos magoados de Eugénio de Andrade ficam em suspenso e depois observa:

- É uma pergunta bonita! Qualquer dessas coisas é muito importante para mim.

Hesita ainda, mas acaba por afirmar:

- Eu já falei de tudo isso. A pele, isto é, o corpo é extremamente importante na minha poesia. Não esqueça que nós escrevemos num país onde a moral é de sacristia. A mãe é, por excelência, a figura central da minha poesia. O Alentejo é a pátria, a pequena pátria, a pátria «chica», como dizem os espanhóis, porque eu, embora não tenha nascido no Alentejo, nasci naquela parte da Beira Baixa que indubitavelmente o prolonga. É de lá que vêm as imagens arquetípicas da minha poesia, e algumas delas nunca mais se atenuaram. Quero eu dizer: foi com aterra, o vento, a luz, a água, foi sobretudo com a minha mãe, que aprendi essas palavras transparentes, cheias de brilhos. Esse falar materno (Dante também falou do parlar materno, mas num outro sentido) é o da minha poesia. Falar da terra ou da mãe é falar da mesma coisa. Quando digo mãe digo terra, quando digo terra digo mãe. O corpo, esse é uma explosão: é nele que se dá o encontro com o outro, é a descoberta da razão da vida.

«Sinto-me nervosa.» Confesso-o, julgando a situação desbloqueada. «A culpa não é minha. Eu disse que não dava entrevistas e a senhora insiste. É horrível!»

Tento uma vez mais vencer a incomodidade da situação. Falo-lhe das vozes interiores dos poetas, responde-me:

- Toda a gente escuta vozes, esse rumor do sangue. Os poetas não são diferentes dos outros homens.

- Mas eles sentem-nas com mais nitidez, estão mais atentos, não é?

- Talvez, sobretudo às vozes da inocência. A infância, no poeta, jamais se extingue. Talvez por isso eles sejam tão vulneráveis, os poetas.

- Qual das vozes interiores é a mais intensa?

- A voz mais intensa, presentemente, aquela que escuto com mais atenção, nem sequer é interior - é a voz de uma criança de três anos. É a voz do Miguel. Como se a poesia fosse uma voz, e essa voz fosse a dele.

- E que lhe diz essa voz?

- Diz-me que devo ter começado a envelhecer. Se assim não fora, como poderia eu dar-me tanto a uma criança?

- Não será antes o reencontro com a pureza inicial?

- Ainda ontem dizia a um amigo que a inocência foi sempre um dos meus mitos maiores. Talvez. Não sei nada. Não ma apetece falar. Pode crer, não ma apetece dizer-lhe absolutamente nada sobre isso. Ou sobre seja o que for!

A sua recusa é autêntica. Total. Desligo o gravador. Até aí sentia-me suportada pelo direito que me dava a minha boa-fé, o ter entrado naquela casa pensando que iria ser recebida com receptividade. Ainda que tivesse havido concordância inicial com a entrevista, eu não poderia continuar Tornara-se doloroso para mim própria. Digo-lho. E só volto a ligar quando silenciosamente o consente.

- Há em mim uma enorme inapetência para o mundo. É a mesma inapetência que me leva a recusar sistematicamente convites para jantar, viagens, colóquios, encontros, tudo. Há uma inapetência total e creio que a sua parte houve uma violação da minha privacidade.

- Sinto-me culpada.

- Compreendo isso. A minha recusa, como lhe disse, era autêntica. Irrevogável.

- Mas é também autêntica e séria a entrevista que pretendo fazer-lhe!

- Acredito, mas eu necessito de silêncio. Refugio-me nele. Faço dele a casa, a pátria. A única coisa de que gosto de falar é do Miguel. Se ele aqui estivesse tudo seria mais fácil, talvez até lhe desse a entrevista. O país? O país cheira mal. Deve ser da corrupção. Que me lembre, nunca houve tanta. O Camilo, que não tinha papas na língua, acerca do país dizia: «Quando se fará ao menos inodora esta cloaca?» 

- Falemos do país...

- Não vale a pena, porque só tenho brutalidades para dizer.

- Mas pode dizê-las. Recordo uma frase sua em que refere o «tempo em que a confiança dos homens foi reduzida a lixo» Que pensa do tempo presente, hoje, em Portugal?

- Disse-lhe a verdade quando entrou. Aceitei que viesse porque julgava que vinha estar um pouco comigo, é frequente virem pessoas, sou então muito espontâneo, convivente, bom rapaz, mas perante jornalistas fico inibido. É como se viessem armados.

- O jornalista é uma pessoa...

- Eu não tenho propriamente nada contra os jornalistas. O que tenho é inapetência, compreende? Não me apetece nada, mesmo nada, pode crer, falar de poesia.

O mais fácil para mim seria ter-me ido embora. Ao escrever volto a sentir que, neste momento, me deveria ter ido embora, porque se tornara espontaneamente doloroso prosseguir e nunca vivêramos uma situação em que a doçura e a nostalgia das frases fosse tão carregadas de violência.

- Não lhe apetece realmente mais nada além de falar do Miguel?

- Olhe, apetecia-me ir outra vez à Grécia. Ir a Delfos. Ir a Delfos, ficar por lá uns meses, perdido; ou voltar a Laga, uma paraia deserta, há muitos anos, no País Basco, onde o tempo era inteiro, sem rugas, limpo como linho. Levar alguns livros e papel, apesar de tudo continuo a escrever. Tinha prometido a mim prório parar, estar uma boa temporada sem mexer uma palha, porque pensava ter chegado a um limite, a um ponto onde a respiração era já difícil, mas passados três ou quatro meses voltei à mesma. A poesia é o inferno; às vezes também é o paraíso.

- Num dos seus poemas diz que os homens merecem tudo. Acha que conseguiu tudo aquilo que merece?

- Sei lá o que mereço. De qualquer modo quis sempre muito pouco. Queria uma árvore, uma árvore carregada de pássaros. Havia uma aqui na rua, mesmo em frente da janela do meu quarto, não havia estação que não passasse por ela, não havia ave que ali não pousasse para me despertar. Derrubaram-na para arrumarem mais automóveis. Havia um pessegueiro nas traseiras da casa, quando floria era um poema japonês. Deitaram-no abaixo, fizeram um telhado de zinco. Este país odeia as árvores; quando não as arranca, deita-lhes o fogo. É mais uma das suas virtudes.

- A bondade é um dos temas da sua poesia. Lembro-me de uma frase em que diz que «é um tempo a que falta amor e bondade». Que papel pode o poeta desempenhar na recuperação desses valores? Que tempo é o nosso?

- É um tempo de uma espantosa crueldade e de uma angústia para que não há nome. Como se não bastassem já os anteriores alarmes (poluição das águas, da atmosfera, explosão demográfica, crianças a morrer pelos vários cantos do mundo) temos agora todos esses míseis apontados ao coração, que não tardarão a multiplicar-se como pães do milagre. Uma catástrofe nuclear nunca esteve tão próxima. A corrida aos armamentos não pára - e sempre as armas tiveram o homem por alvo - e, se vier a parar, não bastará o lixo atómico para pôr a vida da terra em perigo? É uma civilização de bárbaros, a nossa. De bárbaros.

A tensão dilui-se, finalmente, há até uma quase aceitação. Pelo menos um apaziguamento. E é já quase como desabafo que Eugénio de Andrade diz:

- Tenho uma enorme dificuldade em dizer que não, mas é preciso, é absolutamente necessário. Eu costumo dizer que um homem pode definir-se assim. Um homem pode definir-se pela sua capacidade de dizer não.

- Às vezes é preciso dizer sim.

- É sempre fácil. O sim em mim é instintivo. O não, pelo contrário, é resultado de uma decisão. É a forma de me defender de abusos - e eles têm sido tantos.

É na linha do apaziguamento que se estabelecera entre nós que lhe prometo enviar a entrevista antes da publicação e o poeta concorda: «Pode ser. Não quero que guarde de mim uma impressão tão desagradável.»

- O Viale Moutinho veio aqui uma vez por uma entrevista, eu era bem mais novo, depois escreveu: «O Eugénio de Andrade é uma mistura de brutalidade e ternura.» Há realmente em mim esses dois pólos. A brutalidade provém da minha falta de paciência para a impostura. É rara a pessoa que ousa tirar a máscara, e eu não tenho já tempo a perder. Mas quem ousa ser o que é? O poeta, esse tem obrigação de mostrar o rosto nu. A poesia é a verdade - foi Goethe quem o disse, mas nunca é de mais repeti-lo. O segredo do êxito da minha poesia creio que provém daí.

- É porque diz algo de essencial, não?

- Ou de visceral, para ser mais exacto. Não se trata de uma poesia mentale, como Leonardo dizia da Pintura. É uma poesia entranhada, onde as raízes do homem não foram cortadas. Curiosamente, ela interessa muito os jovens. Ao escrever, não viso um público específico, mas compreendo que os jovens se interessem pelo que escrevo. É, por assim dizer, uma poesia anti-institucional, que recusa toda a iniquidade, escrita de costas para a moral vigente, desinserida de práticas religiosas comuns - o que nada tem a ver com a experiência pessoal que cada homem tem do sagrado -, alheia ao espírito competitivo e de lucro das sociedades de consumo; numa palavra, uma poesia de contestação, em sentido amplo, que afirma a radical diferença de modos de pensar e agir, atenta ao real sem contudo recusar a utopia, que não pactua com demagógicos populismos mas igualmente distanciada de todo o aristocratismo das estéticas minoritárias.

- Os jovens amam o rosto nu?

- Mais facilmente que os adultos. Os jovens, na sua maioria, não estão ainda corrompidos, não foram ainda contaminados por essa lepra que vê tudo da perspectiva do lucro, não fizeram ainda do aumento de vencimento e das ajudas de custo o alvo preferente dos seus interesses Neles, a busca da verdade pode ainda ser uma paixão, e não tiveram ainda tempo para aprender a desprezar a poesia das coisas leves e limpas: os gatos, os girassóis, as pequenas bagas de fogo negro que o fim do verão põe nos silvados.

- Quando é que sentiu necessidade do encontro com o seu rosto?

- Desde que tive consci^^encia realmente de que tinha um corpo. E que esse corpo era meu. Aliás, estou convencido de que qualquer adolescente sente necessidade disso: encontrar o seu rosto. Simplesmente, há quem se jogue inteiro nisso e há quem não tenha essa coragem. É tudo. E a coragem não é fácil! Mesmo ainha não vai muito longe. Não nasci para herói nem santo.

- Que dificuldades tem enfrentado nessa procura?

- Dificuldades? Não sei se é a palavra. Desde cedo me encontrei desinteressado de coisas que interessavam à maioria. Na adolescência tive duas fascinações: a santidade e a poesia. A santidade, adeus, aos catorze anos isso estava arrumado. Ficou a poesia. Boa ou má, aí a tem, e justamente desde os quinze anos - essa cançãozita dos cravos foi escrita nessa idade, numas férias na Beira, onde então passava o verão.

- Deixou de lá ir?

- Deixei. E foi o mundo da adolescência que se perdeu: os primos, os cavalos em pêlo, os banhos na ribeira, as fugas para a sombra escura dos amieiros, o sexo a berrar a sua exigência, o esplendor do verão, que nesse tempo durava, durava... Nos meus poemas há imagens frementes da maravilha desses dias.

- A forma como vive, apenas rodeado de livros e de quadros, é uma decisão ou uma contingência?

- De certo modo, é uma opção. Já lhe disse que sempre quis pouca coisa. Mas também não sei lidar com dinheiro. Tenho livros e discos a mais e faltou-me sempre o tal palmo de terra onde um limoeiro e um aloendro fossem refúgio do olhar.

- Viver numa ilha deserta como Marguerite Yourcenar?

- Bem, a ilha dos Montes Desertos, no Maine, onde vive Marguerite Yourcenar, não é propriamente uma ilha deserta - é um lugar de gente simples, com hábitos referidos por ela como próximos do final do século XIX, onde a caça é proibida e os pássaros são inumeráveis. No terreno à roda da sua casa, a vegetação cresce inculta e às aves ela prórpria diariamente lhes dá de comer.Yourcenar vive aí com a maior simplicidade, apanha lenha nos bosques, coze o pão, faz a comida e as portas da sua casa estão sempre abertas à amizade e à gentileza. Há vidas como esta, ou na de Walt Whitman, muito sagesse e, ao mesmo tempo, muita beleza.

- O Eugénio de Andrade afirma que há poucas coisas absolutamente necessárias. Quais são as coisas que lhe são absolutamente necessárias?

- São as que toda agente reconhece imediatamente como necessidade: a luz, a verdade, a juventude, a inocência, a ternura. Tudo coisas que escapam às malhas do dinheiro.

- Porque é que as pessoas não se dão a coisas tão fundamentais?

- As opções das pessoas são sempre culturais. O Eça dizia que a crise nacional era de carácter Ainda é, mas há outra, e essa é uma crise de cultura. Neste país só a mediocridade engorda.

- Só se pode gostar de poucas coisas?

- Penso que sim, mas dessas vale a pena gostar intensamente.

- quando se recusa a entrevistas é, como diz num dos seus livros, por não ser fácil falar quando se tem muito para dizer?

-Essa é uma das razões. Eu falo, a propósito disso, da fascinação do silêncio e da sabedoria oriental. Parece-me que era Valéry que dizia, a propósito de Mallarmé, que se sentia que ele pensava ao falar. Já reparou que a maior parte das pessoas fala sem pensar no que diz?

- Voltamos ao valor da intensidade?

- Voltamos à paixão, à busca da verdade, à luta pela autenticidade. O Ricardo Reis diz numa das mais belas das suas odes: «Para ser grande, sê inteiro.» É isso, estar todo em cada palavra, em cada gesto. E não me diga que se pode estar inteiro numa conversa despretensiosa como a que estamos a ter.

- A jornalista tem consciência disso...

- Em regra, os leitores são preguiçosos ou superficiais. Os jornalistas não são excepção. Apanham uma frase aqui, outra ali, mas as coisas de estética não se improvisam. A poesia é uma especialização, uma linguagem na linguagem, dizia o outro, e le sabia de que falava. A leitura superficial não leva a parte nenhuma. Cada leitor tem de lutar corpo a corpo com o poema, apossar-se dele, potenciá-lo, transformá-lo.

- Recriá-lo?

- Exactamente: torná-lo outro.

- Gostaria, para terminar, que me falasse de Portugal, deste país...

- Este país é a minha ferida, e eu não gosto de esgaravatar em feridas. A esperança que tantos puseram no 25 de Abril era desmedida, e custa muito meter o sonho num par de tamancos. É a minha ferida, este país.

- Como poeta, como vê o futuro do país?

- Que pergunta. Há por aí gente que lê nos astros, ou nas cartas Deve procurá-la. Só sei dizer-lhe que é um país triste, este, um país com vocação do suicídio, como Unamuno já notara. Se tivesse vinte anos talvez, cinicamente, lhe dissesse que é um país de gente bonita, mas como já os não tenho nem isso me pode servir de consolo.

- Vamos falar do corpo...

(A pergunta fica a meio. Apesar das tréguas que permitiram o desenrolar desta entrevista, não me sinto inteiramente à vontade. Era do «corpo rumoroso de homem», que Eugénio de Andrade canta, que lhe queria falar. Não foi o seu excessivo amor à mãe, a mitificação da sua figura, que não lhe permitiram cantar a mulher? A pergunta fica aqui formulada, sem resposta. O que registamos responde à questão tal como a formuláramos.)

- Já falei do corpo nos meus poemas e nada tenho a acrescentar aos versos que escrevi. Detesto paráfrases. 

- Sofre também de melancolia à portuguesa?

- Sofro, como toda a gente, porque não há... alegria à portuguesa. Vamos acabar com isto?

E já a despedir-me: «A senhora é tão persistente que bem merece a entrevista. Mande-ma, pode então acontecer que mude de opinião e autorize que se publique.»

Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa [1940-1986], 3.ª edição aumentada, III Volume, Círculo de Leitores, 1987, pp. 196 a 206.

 



 

* Entrevista gravada concedida a Antónia de Sousa (Diário de Notícias), 24.7.83. Procedeu-se a pequenos cortes e ajustamentos.