O poeta Ruy Belo, se fosse vivo, completava hoje (27/02/2025) 92 anos de idade. Mas, como o edema pulmonar o levou no dia 8 de Agosto de 1978, ficámos com a sua obra poética e, enquanto houver um ser humano que a leia, está presente e faz-nos pensar, reflectir e agir social e culturalmente.
Brevíssima nota:
Ruy Belo foi leitor de Português (1971-1977) na Universidade de Madrid. Regressado a Portugal requereu "concorreu" ao lugar de assistente (professor) na Faculdade de Letras de Lisboa, foi-lhe sucessivamente recusado. Porquê? Nunca lhe foi apresentado nenhum motivo...
Seria por não ter qualificações académicas, para exercer a função de professor universitário? Não.
Ruy Belo, tinha qualificações mais que suficientes, para o lugar requerido: Doutorado em Direito Canónico, na Universidade de S. Tomás de Aquino, em Roma; e, Licenciado em Filologia Românica, na Faculdade de Letras, em Lisboa.
Esta situação é, só por si incompreensível, para mais num contexto em que havia falta de professores universitários, ao ponto de serem recrutados alunos recém licenciados.
Podemos considerar que existem fortes indícios para concluir que, esta sistemática discriminação se deve ao facto de o poeta Ruy Belo se ter libertado do jugo do Estado do Vaticano, e se ter assumido como livre pensador, não se submetendo a nenhum dos interesses instalados, que se estavam a consolidar no poder político, económico, financeiro e ideológico, naquela década e, desde então, se tem vindo a reforçar, servindo, incondicionalmente, os interesses do capital financeiro das corporações, sempre, internacionais.
Após a sua morte, apesar de todas as promessas oficiais, sobre a reabilitação ou requalificação da casa onde nasceu e viveu, sita na freguesia de S. João da Ribeira, ficou ao abandono, degradando-se e, por último, foi demolida... Situação da responsabilidade dos executivos das autarquias locais (junta de freguesia e câmara municipal), as mesmas que usam o nome do poeta para o designado, oficialmente: «Roteiro Ruy Belo».
POEMAS
SEXTA-FEIRA SOL DOURADO
NÓS OS VENCIDOS DO CATOLICISMO