sábado, 30 de outubro de 2021

A realidade desmente a retórica mentirosa das entidades oficiais.

O jornal Público de hoje (30 de Outubro), na página 24 informa-nos que um perigoso herbicida (Hyvar X - Bromacil),  proibido desde 2002 em Portugal e na UE, por haver evidências cientificas que o mesmo provoca cancro nas pessoas, usado por um vizinho, contaminou o terreno e os poços usados para rega por um pequeno agricultor (Cruz Dias) que optou pela agricultura biológica. 

Como se isso não fosse suficiente, para tornar impossível a produção biológica de hortícolas, plantas medicinais e aromáticas e mel, o seu terreno também era inundado pelos esgotos, provenientes da Estação de Tratamento de Águas Residuais que a Câmara de Constância construiu nas proximidades, que o atravessavam em direcção ao rio Tejo, sempre que haviam problemas naquela estação.

Segundo o artigo, as autoridades sabem quem contaminou os solos e os poços mas, para além de terem remetido o processo para tribunal, não apresentam nenhuma solução para o facto de o pequeno agricultor estar impedido de continuar a produzir, muito menos ser indemnizado pelos danos e prejuízos causados.

E, após dezoito anos de actividade agrícola em molde biológico, Cruz Dias é obrigado a deixar o terreno ao abandono e sem possibilidade de o descontaminar, assim como aos poços, isto é, o lençol freático que os abastece, já que os poços existentes em redor estão bastante mais contaminados, enquanto num dos seus poços, segundo o resultado das análises realizadas em Janeiro deste ano, foram registados valores de 8,81 miligramas/litro, numa exploração vizinha atingiram valores de 1240 miligramas/litro, valores astronómicos, já que a concentração máxima estipulada pelas autoridades é de 0,1 miligrama/litro.

Como fica demonstrado, mais uma vez, a agricultura tóxica (baseada em produtos químicos de síntese), provoca doenças a pessoas e animais, destrói os ecossistemas e a biodiversidade que origina, sustenta e suporta a vida, tal como a conhecemos, assim como é incompatível com modos de produção que respeitem a natureza e a vida de todas as espécies, inclusive a humana.