sexta-feira, 10 de maio de 2024

TODA A SOLIDARIEDADE – FIM AO GENOCÍDIO JÁ, FIM AO FÓSSIL ATÉ 2030

Obviamente, estamos solidários, apoiamos e apelamos a todos os colectivos e pessoas que se juntem ao movimento internacional que exige o fim ao genocídio em Gaza.

Assim como subscrevemos o documento que passamos a transcrever. Porque a repressão está em ascensão e, simultaneamente, a militarização e a corrida ao armamento, por parte dos senhores  da guerra.


Na terça-feira dia 7, e seguindo uma onda de protestos internacionais, estudantes de vários coletivos ocuparam a Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa sob o lema “Fim ao Genocídio, Fim ao Fóssil”. Reivindicam ao Estado português a defesa de um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza bem como o corte de relações com Israel, e o fim ao fóssil em Portugal até 2030.


O Climáximo está em total solidariedade com os estudantes, e apela a que todas as outras organizações do movimento por justiça climática e da sociedade civil demonstrem o seu apoio público às ocupações. Condenamos também a repressão policial na noite de 9 de Maio por parte da polícia e da faculdade. Sabemos que quem luta contra o sistema genocida incomoda – toda a força às estudantes!

O movimento por justiça climática deve estar incondicionalmente do lado da luta pela libertação pela Palestina. Sendo um movimento pela transformação em grande escala da sociedade, deve apoiar a luta pela libertação de todos os povos das garras do colonialismo, imperialismo e capitalismo. Justiça climática global significa a possibilidade de todos os povos viverem em paz e auto-determinação, com direito à água, à terra, e à vida. O que está acontecer em Gaza neste momento é um ataque total à vida, com mais de 30 000 palestinianos mortos, ⅓ dos quais crianças.

As empresas e os governos declararam guerra à sociedade e ao planeta e conduzem atualmente um ecocídio e genocídio à escala planetária. Gaza é a máxima e mais horrorosa expressão de aniquilação da vida em nome do lucro e da propriedade, movida por estruturas de dominação coloniais e racistas. A ligação entre o genocídio em Gaza e a destruição ecológica e climática é clara: são levados a cabo pelo mesmo sistema, tendo os mesmos culpados, que colonizam e chacinam em Gaza ao mesmo tempo que condenam a Humanidade (com especial peso para as populações mais pobres) à morte e deslocação forçada, por ação de catástrofes climáticas, fome, secas, e cheias – como vimos aliás no Rio Grande do Sul, no Brasil.

Em Gaza, o genocídio é levado a cabo por ordem direta dos líderes do estado Sionista e concretizado por bombas e aviões de guerra financiados pelos EUA e a Europa; no Rio Grande do Sul e em todos os outros pontos do mundo afetados por fenómenos climáticos extremos, as bombas são ondas de calor, tempestades, incêndios e secas alimentadas pelo aumento da concentração de CO2 na atmosfera levado a cabo de forma consciente e coordenada por governos e empresas, em nome do lucro.

A paz é livre de combustíveis fósseis, que sempre foram um potenciador de conflito. Enquanto Israel lançava bombas sob Gaza, o ministro israelita da energia selou novos acordos de exploração de petróleo do poço “Leviathan” - uma bomba carbónica. A União Europeia assinou em 2022 um acordo para comprar gás de Israel, normalizando relações financeiras e diplomáticas com um Estado colonizador. A 30 de Outubro de 2023, duas novas licenças de gás foram atribuídas à ENI (empresa italiana) e à BP (empresa Britânica). O genocídio é o “businesss-as-usual” para as empresas que nos condenam a todos. A intenção de Israel anexar Gaza já foi revelada, revelando também a intenção de tomar as reservas de gás ao largo da costa de Gaza. Desde 1948 que o que Israel tem feito é ocupar, tomar e destruir a água, as terras e a vida do território Palestiniano.

Toda a solidariedade com as estudantes e com o povo palestino. Viva a luta pelo fim ao genocídio e pelo fim ao fóssil!