domingo, 27 de novembro de 2011

Na sequência de reunião com o Movimento Ar Puro, Câmara Municipal de Rio Maior discute poluição suinícola

In Região de Rio Maior, 26 de Novembro de 2011:

«A presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, promoveu a 21 deste mês uma reunião de trabalho sobre a poluição causada por suiniculturas nas freguesias de Riberia de S. João e S. João da Ribeira. Das entidades convocadas compareceram a Direcção Regional de Agricultura, a Administração da Região Hidrográfica do Tejo, e GNR e a delegada de Saúde de Rio Maior. Segundo Isaura Morais, "quem não esteve foi a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e as duas juntas de freguesia: a de S. João da Ribeira e a de Ribeira de S. João".

A autarca tomou esta iniciativa na sequência de uma primeira reunião que teve, no dia 8 de Novembro, com uma delegação do Movimento Cívico "Ar Puro", composta por Luís Alves e Luís Carvalho.

Em sessão de Câmara, Isaura Morais disse ter ficado sensibilizada para a situação que vivem algumas populações sujeitas a maus cheiros. E afirmou aos vereadores que "é nossa responsabilidade colocarmo-nos ao lado das populações, para que as coisas possam funcionar".

Referiu ainda que o problema da contaminação de lençóis freáticos, apontando que "compete-nos também a defesa desta riqueza".

Isaura Morais considera que a reunião com as entidades públicas que estão a trabalhar sobre o problema foi positiva no sentido de propiciar uma maior articulação entre si.

A autarca ficou a aguardar o ponto da situação em relação às várias suiniculturas.

Isaura Morais ressalvou que "ninguém está aqui contra esta actividade" económica. O que se pretende é disciplinar a sua prática. Mais referiu que a "legislação é apertada, mas também há imensas formas des e contornar essa legislação".

O vereador Carlos Nazaré, do PS, afirmou que a pecuária foi um motor de desenvolvimento económico extremamente importante no concelho de Rio Maior. "Mas era uma pecuária em que os donos das explorações eram riomaiorenses, comprovam aqui as suas rações, havia todo um comércio (local) à volta disso". O vereador considera que hoje a realidade é diferente. "Hoje as pecuárias pertencem a grupos económicos estranhos ao concelho, que sacrificam as populações, deterioram o ambiente e levam a riqueza para outros concelhos".

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O rio Maior em 1758

In CidadaniaRM, 22/11/2011:

«Este artigo é escrito com base no documento 'Memórias Paroquiais' de 1758 guardado no Arquivo Nacional Torre do Tombo. (...)

O Rio Maior era conhecido na nascente como Rio do Jogadouro, depois em Rio Maior, chamava-se Rio Maior, em São João da Ribeira, era conhecido como Rio de São João e após Azambujeira passava a ser conhecido como Rio do Amial.

O Rio Maior é descrito» - na zona de Azambujeira - «como sendo navegável por bateis, como tendo um grande caudal desde a sua nascente e como tendo uma grande abundância de peixe (Enguias, barbos, fataças, Sarmoins, ruivacas e lampreia). 

As margens do rio (...) são descritas como muito produtivas para o trigo, milho, legumes, árvores de fruto e árvores silvestres. (...)

Segue agora uma cópia que tentei fazer do manuscrito. No entanto como não sou entendido em português antigo, poderá ter alguns erros.

"(...) tem o seu nascimento na Freguezia de Rio Mayor junto a huma quinta chamada o jugadouro no qual sitio comteria o mesmo nome do sitio donde nasçe Logo mais abaixo se chama Rio Mayor tomando o nome da terra por onde papsa passando pella Freguezia de Sáo Joáo da Ribeira se chama o Rio de Sáo Joáo e chegando a esta Freguezia de Azambugeira se chama o Rio do Amial por passar por huma Ribeira chamada o Amial e dista desta Freguezia duas legoas ao seu nascimento
Este Rio nasçe logo caudallozo e corre todo o anno
Desta Freguezia para sima náo he navegável por cauza de huma ponte de cantaria que se acha no meyo das Fazendas da Freguezia ca tal ponte empede a navegação daqui para sima
O outro Rio da parte do Nacente naçe a onde se chama as Alcobertas  No chamado olho dagoa das Alcobertas e nesta Freguezia se chama o Rio de Calharis este Rio daqui para cima the o lugar do seu nascimento náo he navegável por respeito dos asudes Este Rio também naçe Logo caudaloso e corre todo o anno
Qualquer destes dois Rios desde o sitio donde moram the apon que esta nesta Freguezia são Navegaveis no tempo de Inverno por Bateis que costumáo carregar quinze dezasseis moyos de páo
Qualquer destes dois Rios em humas partes sáo de curso Arebatado em outras quieto;
Correm estes dois Rios do Norte para o Sul; Criáo estes Rio quantidade de Peixes de toda a casta estes sáo muntas emguia barbos Fataças Sarmoins Ruivacas e em  alguns mezes do anno como sáo Março Abril e Mayo se fazem huns carreiros donde se apanháo bastantes Lampreas e de toda a pescaria uzáo Livremente todas as pepsoas
As margens destes dois Rios se cultiváo donde se recolhe bastante trigo milho e Legumes em algumas partes tem seu Arvoredo tanto de Fruto como  Silvestre
Estes dois Rios se ajuntáo hum com outro nesta Freguezia donde chamáo o canto do pego juntos em hum váo morrer no Rio Tejo donde chamáo o Rio Novo
Os moradores desta villa uzam Livremente de suas agoas para a cultura das suas terras»
 
(Américo Cardoso)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Poluição do rio Maior

A poluição do rio Maior causada pelas suiniculturas não é um problema de hoje.

Como se pode ler no seguinte artigo que saiu no Jornal 'Público', já em 2005 um número muito significativo de populares de Ribeira de São João e São João da Ribeira manifestava a sua indignação com a poluição causada pelas suiniculturas existentes na região.

Se há agro-indústrias que cumprem a legislação e tentam minimizar os impactos ambientais das suas explorações, também há aquelas que persistem na ilegalidade e no desprezo pelo ambiente e qualidade de vida dos seus vizinhos. É de todo incompreensível como é possível que passados tantos anos com denúncias constantes, seja possível que algumas suiniculturas na zona, continuem a laboral normalmente sem licença.

Américo Cardoso