quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Governo chumbou cimenteira em Rio Maior

In Cidadania RM, 1 de Dezembro de 2010:

«O projecto foi promovido pela empresa TECNOVIA e consistia basicamente em se criar na zona da pedreira que esta empresa já possui no lugar de ‘Senhora da Luz’ uma cimenteira. A TECNOVIA pretendia investir cerca de 100 milhões de euros e criar cerca de 100 postos de trabalhos.
 
O projecto começou logo a gerar muitas desconfianças pois foi posto em consulta pública no mês de Agosto e sem ser publicitado. O local pretendido para a implementação da cimenteira foi o grande ponto de discórdia pois fica numa zona protegida, ás portas da cidade de Rio Maior e como os ventos dominantes são de Noroeste as finas partículas resultantes da moagem iriam-se espalhar por todo o concelho podendo provocar problemas de saúde a todos os seus habitantes. A passagem de um elevado número de camiões pelas estradas locais e a aparente incompatibilidade de se querer uma cidade do desporto com a cimenteira, levou a que um grupo de cidadãos se começasse a mobilizar.
 
Foi criada uma petição na Internet ‘Em defesa do Desenvolvimento e do Ambiente de Rio Maior’ que contava mais de 300 assinaturas, envolvimento do movimento cívico ‘Ar Puro’ que promoveu um debate sobre o projecto da cimenteira e outras iniciativas que foram realizadas com o intuito de questionar o projecto e reduzir ou eliminar os seus pontos mais negativos. O projecto foi de imediato contestado por diversas organizações ambientalistas que emitiram pareceres negativos, como a Quercus, a Oikos e a Geota.
 
As razões do chumbo do Ministério do Ambiente foram basicamente as seguintes:
 
- Incompatibilidade do projecto com os instrumentos de gestão territorial
(Lembrar que a cimenteira iria ficar dentro da ‘Rede Natura 2000 PTCON 0015’, ser vizinha do ‘Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros’ e situar-se a menos de 2Km da cidade de Rio Maior).
 
- Grande perturbação no trânsito
(Estava previsto o trânsito de cerca de 20 camiões por hora o que iria sobrecarregar as estradas, nomeadamente a estrada nacional 1).
 
- Falta de clareza e ambiguidades quanto ao processo de fabrico
(No projecto que foi levado a consulta pública nada indicava o tipo de equipamentos que iriam ser instalados).
 
- Falta de justificação para a construção da fábrica de cimento
(Num raio de 60km existem já 3 cimenteiras e devido à crise económica actual, a capacidade instalada no país para o fabrico de cimento é claramente excedentária).
 
- A futura linha do TGV Lisboa-Porto deverá atravessar na área pretendida para a construção da cimenteira
(A criação da cimenteira iria obrigar a redesenhar o traçado da ligação de alta velocidade entre Lisboa e Porto ou então, à cimenteira ir buscar a matéria-prima integralmente a outras pedreiras pois a linha de comboio vai provavelmente implicar a paragem da pedreira).
 
Penso que as razões do chumbo da proposta para a criação da cimenteira são razoáveis e que de alguma forma vão ao encontro das pretensões de grande parte dos habitantes do concelho. É legitimo pensar que em tempo de crise não se deva rejeitar investimentos e postos de trabalho, mas este projecto poderia trazer grandes problemas de saúde para os habitantes, bem como a perda de investimentos e postos de trabalho noutros sectores. Não sou contra a cimenteira, não concordo é com a localização proposta.»
 
(Américo Cardoso)

sábado, 27 de novembro de 2010

Movimento Ar Puro promoveu primeiro debate público sobre projecto de cimenteira em Rio Maior

In Região de Rio Maior, 3 de Dezembro de 2010:


"Manifestamos a nossa posição contra o projecto de construção de uma cimenteira junto à cidade de Rio Maior", pois "a poluição causada, a concretizar-se este projecto, colocará em causa a qualidade vida, a saúde pública, a condição de Rio Maior como «cidade do desporto» e a possibilidade de um desenvolvimento sustentado no concelho". Esta declaração foi subscrita por 24 riomaiorenses participantes no primeiro debate público sobre esta questão, que foi promovido pelo novo Movimento Cívico «Ar Puro», em Cabeça Gorda, no passado dia 28 de Novembro.

Este debate, moderado por Luís Carvalho, contou com a participação de Domingos Patacho, dirigente da associação ambientalista Quercus, que criticou a Câmara Municipal de Rio Maior plea falta de informação que tem dado à população sobre o projecto de cimenteira. "Inclusive no chamado período de consulta pública, que decorreu, estranhamente, no período de férias de Verão". Patacho alertou para os perigos de saúde que implica uma indústria destas, se for localizada tão perto de áreas residenciais. "Mesmo a Cabeça Gorda, a 10 km de distância, será certamente afectada, dado os ventos predominantes apontarem na sua direcção."

O dirigente da Quercus chamou também a atenção para os prejuízos que a poluição causada pela cimenteira poderá provocar noutras áreas de actividade da economia local, nomeadamente a nível de emprego.

A poluição causada por suiniculturas nas freguesias de S. João da Ribeira e Ribeira de S. João foi outro tema abordado neste debate. Um membro do movimento «Ar Puro», António Santos, o conhecido Tim dos Xutos e Pontapés, afirmou que se trata de uma questão de atraso económico. Citou o exemplo da Dinamarca, "um país onde há mais porcos que pessoas", mas onde este tipo de problemas, como os maus cheiros, praticamente já não existem, porque começaram a ser resolvidos nos anos 60. E com sucesso não apenas a nível ambiental mas também ao nível da sua rentabilidade. Sublinhou que a Dinamarca consegue exportar carne de porco para Portugal a preços competitivos, apesar de praticar salários muito mais elevados que o nosso país. Nomeadamente porque um efectivo tratamento dos dejectos suínos pode ser rentabilizado na produção de adubo e de energia.»

sábado, 13 de novembro de 2010

Foi fundado o Movimento "Ar Puro"

Reunidos no salão da Comissão de Melhoramentos de Cabeça Gorda, moradores das freguesias de Ribeira de S. João e S. João da Ribeira decidiram auto-organizar-se e constituir o Movimento Cívico "Ar Puro".

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Populares protestam em Rio Maior contra poluição de suiniculturas

in O Mirante, 30 de Setembro de 2010:

Um grupo de moradores das freguesias de São João da Ribeira e Ribeira de São João entregou na sessão da Assembleia Municipal de Rio Maior, que se realizou sábado, 25 de Setembro, um abaixo-assinado onde manifestam o seu “descontentamento” pela poluição causada pelas suiniculturas instaladas nas suas freguesias

No abaixo-assinado com cerca de centena e meia de assinaturas, os moradores nos lugares de Cabeça Gorda, Moinho de Ordem, Vale da Rosa “e arredores” assumem o seu descontentamento pela degradação da qualidade de vida e perigo para a saúde pública a que estão sujeitos. “A poluição causada pelas suiniculturas manifesta-se regularmente atingindo as nossas casas com intensos maus cheiros e também com a descarga de dejectos que atinge o rio Maior, afluente do rio Tejo”, pode ler-se no abaixo-assinado a que O MIRANTE teve acesso

A população exige que autoridades competentes “actuem” e “cumpram” o seu dever em relação a um problema que se arrasta há muito tempo.