sábado, 29 de junho de 2024

1000ª VIGÍLIA MARCA REGRESSO DAS MÃES DE SÁBADO à Praça Galatasaray

Urgente, crianças em Gaza!


Graças à sua assinatura e às assinaturas de outras milhares de pessoas em todo o mundo, as autoridades turcas autorizaram as Mães de Sábado a voltarem a organizar a sua vigília semanal na Praça Galatasaray em Istambul, no passado dia 25 de maio, data da sua 1000ª vigília semanal.

Centenas de manifestantes encheram a praça por volta das 10 horas da manhã, antecipando a manifestação que não tem sido permitida pelas autoridades turcas nas últimas 300 semanas. Na vigília, mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs dos desaparecidos, alguns netos e netas também presentes, falaram de forma breve mas comovente dos seus entes queridos, por cujo desaparecimento forçado sob custódia das autoridades turcas, procuram a verdade e a justiça. 

Infelizmente, pouco depois do fim da vigília as barreiras metálicas que impedem o acesso à Praça Galatasaray foram novamente erguidas. No entanto, juntamente com a Amnistia Internacional da Turquia e outras organizações de direitos humanos, continuaremos a acompanhar e a ser solidários com estes corajosos defensores dos direitos humanos.

As Mães de Sábado enviam o seu profundo apreço por tudo o que tem sido e continuará a ser feito até que lhes seja permitido exercer plenamente o seu direito de reunião pacífica na sua luta pela verdade e pela justiça.

Obrigada pelo seu apoio!

Até breve,

A Equipa da Amnistia Internacional - Portugal

O governo da Islândia concedeu licença para Matar Baleias Ameaçadas de Extinção


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Baleias ameaçadas de extinção estão sendo assassinadas por um multimilionário -- muitas delas ainda grávidas. Agora, o governo da Islândia concedeu a ele uma nova licença para matar 128 dessas grandiosas criaturas de forma lenta e dolorosa. A pressão pública -- inclusive de 1,7 milhão de membros da Avaaz! -- já forçou o governo a mudar de ideia no passado. Vamos nos unir novamente para que essa seja a última licença da Islândia!
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Queridos amigos e amigas,
Há alguns dias, a Islândia concedeu ao milionário caçador de baleias, Kristján Loftsson, uma licença para assassinar 128 baleias vulneráveis.

As baleias-fin são impressionantes. Elas se comunicam por música, sentem amor e podem sofrer profundamente. Loftsson geralmente mata baleias grávidas, e um estudo descobriu que essas grandiosas criaturas podem levar até duas horas para morrer depois de serem atingidas por um arpão.

Ainda podemos acabar com essa crueldade e proteger o segundo maior mamífero da Terra, de uma vez por todas, se ajudarmos a mudar a lei e fazer com que essa seja a última licença que a Islândia emitirá.

O governo islandês está sob pressão. A ministra da Pesca e da Alimentação admitiu que não concorda com a caça às baleias, mas afirma que a lei a obrigou a conceder a licença. Enquanto isso, corajosos parlamentares tentam revogar essa lei.

Podemos ajudar, como já fizemos antes: vamos transformar toda essa situação em um pesadelo de relações públicas para o governo islandês e reunir 2 milhões de pessoas para tirar baleeiros como Kristján Loftsson do mercado para sempre. O tempo está acabando -- coloque seu nome e compartilhe com todos e todas que você conhece!
Os cientistas descobriram células no cérebro das baleias que processam emoções complexas, como amor e tristeza. Acreditava-se que essas células existiam apenas em humanos e alguns macacos, mas as baleias têm até três vezes mais delas do que nós!

Loftsson disse que talvez não tenha tempo para organizar o abate desses amáveis gigantes nesta temporada. Mas é provável que ele não pare. Há alguns anos, turistas ficaram chocados ao ver um dos navios de Loftsson flutuando em uma água ensanguentada e com uma carcaça à bordo. "É só pedir para eles olharem para outro lugar. Eles podem simplesmente virar o rosto", disse ele. Vamos mostrar a ele que continuaremos de olho até que a caça às baleias acabe de vez.

A temporada de caça está aberta, Loftsson tem uma licença e, a qualquer momento, ele pode decidir começar uma matança. Por isso, precisamos agir rapidamente para impedi-lo - agora e para sempre! Coloque o seu nome e compartilhe em todo canto. Quando formos muitos, a Avaaz entregará nosso apelo diretamente aos principais tomadores de decisão em Reykjavik!
Uma das primeiras campanhas da Avaaz foi pelo fim da caça cruel às baleias. Desde então, nossa comunidade se uniu várias vezes, denunciando governos que permitem a morte dessas criaturas incríveis, convencendo portos a não deixarem os baleeiros atracarem e conquistando proteções importantes. A luta continua - vamos conseguir mais uma vez.

Com esperança,

Nate, Antonia, Mo, John, Huiting, João e todo o time da Avaaz


quarta-feira, 26 de junho de 2024

Europeias: mais tropas para a guerra contra a Humanidade



A extrema-direita ganhou as Europeias de 2024. Já tinha ganho a União Europeia antes mesmo de as urnas estarem abertas. A tentativa de normalização da situação atual, promovendo a descrição de que há um centro “europeísta” que aguentou o embate eleitoral não passa de uma mistificação. A extrema-direita não é uma força política, são várias. Mais do que isso, a extrema-direita é um programa político, que vigora na União Europeia de forma cada vez mais explícita

Comecemos com números, que são a maneira mais usual de “normalizar” mistificações. Dos 720 membros do Parlamento Europeu, a extrema-direita “oficial”, aquela que ainda será descrita como extrema durante mais alguns meses, dividida entre ID (Identidade e Democracia) e ECR (Conservadores e Reformistas), elegeu 131 eurodeputados, o que faria deste o terceiro maior grupo do Parlamento, atrás do Partido Popular Europeu e dos Sociais-Democratas. No entanto, há ainda no mínimo mais trinta eurodeputados de extrema-direita não-alinhados e nos “Outros”. De entre estes, destacam-se os 15 eurodeputados do AfD na Alemanha, os 10 do Fidesz na Hungria, os 5 da AUR na Roménia. A extrema-direita será efetivamente a segunda força do Parlamento Europeu, mesmo que não esteja toda no mesmo grupo.

O partido com mais eurodeputados em todo o Parlamento Europeu é o Rassemblement National de Marine Le Pen, com 30. O terceiro partido com mais eurodeputados é o Fratelli d’Italia com 24. O quinto é o PiS da Polónia, com 20 (empatado com o PD italiano e o PSOE espanhol). Na Alemanha, o maior país da UE, a extrema-direita foi o segundo partido mais votado. Excluindo coligações, a extrema-direita foi o partido mais votado em oito países: França, Itália, Polónia, Holanda, Áustria, Bélgica, Hungria e Letónia.

Como se a informação anterior não fosse suficiente, há perguntas essenciais a fazer sobre os restantes partidos. Programas políticos de todo o espectro político foram atraídos para o buraco negro do ódio da extrema-direita. Por isso surgem aberrações políticas como a chamada Aliança (Bündnis) Sahra Wagenknecht, partido com um programa racista e nacionalista que se apresenta como “esquerda”. O governo alemão, liderado pelo Partido Social-Democrata (teoricamente de centro-esquerda) e Verdes, governa com uma política de direita e extrema-direita em quase todas as áreas – do ambiente às migrações, passando obviamente pela chacina na Palestina. A resposta nas eleições colocou-os abaixo de qualquer dos partidos de direita: porquê votar na imitação quando há fascistas que não têm vergonha de o ser?

Também em França a viragem de Macron à direita não travou a ascensão do Rassemblement National (RN), que teve mais que o dobro dos votos do seu partido neoliberal. Na sequência da chamada de eleições, o líder dos Republicains, antigo partido de Nicolas Sarkozy, já declarou que apoiaria um governo francês de extrema-direita liderado pelo RN. Não existe nenhuma linha vermelha.

Mas uma política de extrema-direita é mais do que o número de deputados reconhecidamente de extrema-direita. É preciso ser claro que os programas eleitorais da esmagadora maioria dos partidos do Partido Popular Europeu, o “vencedor” oficial das eleições, são programas de extrema-direita, anti-migrantes, nacionalistas, contra trabalhadores, advogando regressos ao passado e aos ódios históricos dos europeus – contra as mulheres, contra muçulmanos, contra judeus, contra negros e outras minorias étnicas, contra a comunidade LGBTQ. E, obviamente, são programas negacionistas da ciência e por consequência, negacionistas da crise climática, disfarçando o seu serviço às grandes multinacionais como “realismo económico”.

A política da União Europeia será, portanto, uma política de extrema-direita, em que se manterão os preceitos neoliberais deixando cair quaisquer máscaras. A União Europeia serve para manter as empresas europeias a dar lucros aos seus acionistas e dirigentes. E se queremos ser honestos, é o que a União Europeia sempre fez, embora no passado com algum esforço de maquilhagem.

O que muda, portanto? As instituições continuarão a utilizar os seus vários ramos – legislativo, executivo, judicial, coercivo e mediático – para impedir que se trave a crise climática e para garantir o colapso da Humanidade, como faziam até agora. No entanto, a aliança que governa a Europa recebeu luz verde para a aplicação da violência institucional (policial e militar) e a disseminação do ódio a partir do topo, incentivando uma desagregação ainda maior das já frágeis sociedades existentes na crise estrutural do capitalismo na sua fase neoliberal.Um primeiro teste chegará em breve, com o regresso das regras fiscais do semestre europeu, que significará nada mais do que o regresso da austeridade cruel que bem conhecemos, aplicada à França, Itália, Espanha, Alemanha, Bélgica e Holanda. Mas o martelo pneumático da crise climática não parará, é uma guerra provocada por governos e empresas contra a sociedade e agravar-se-á nos próximos anos. A ascensão da extrema-direita, previsível perante a ausência de uma esquerda disruptiva, traz novas tropas para esta guerra contra a humanidade.

O apelo urgente à união das esquerdas institucionais, sem uma análise crítica às suas políticas, às suas estratégias e às suas táticas que também nos trouxeram até aqui, é só desespero. Uma união abstrata para salvar este sistema comatoso, empurrando tudo para o centrão, serve apenas como seguro de garantia da extrema-direita, tornando-a o centro da política. Parece basear-se na análise de que a legitimidade deriva principalmente de atos eleitorais que cristalizam o poder nas sociedades, ignorando tudo o que a extrema-direita esteve a fazer durante a última década e ignorando principalmente o que a esquerda não fez durante a última década. Será que agora, quando a estabilidade do nosso planeta e das nossas sociedades oscilam como nunca, agora que até as veneradas instituições dos capitalismos nacionais, europeus e globais começam a cair nas mãos do fascismo, se manterá o foco nas instituições e no regresso ao passado pré-extrema direita?

Como a política real não é simplesmente a soma de pequenos aglomerados de ideias, mas sim de programas políticos concretos, qual será o programa para a união das esquerdas a que se está a chamar? Que há várias crises já se sabe, mas qual é o programa político que responde às questões políticas essenciais do nosso tempo? Terá a esquerda a coragem de assumir que o capitalismo declarou uma guerra até à morte contra a Humanidade? Reconheceremos que o capitalismo está a recrutar ativamente uma parte cada vez maior da sociedade para matar a outra através da política da extrema-direita? Se sim, aceitamos organizar-nos para ganhar esta guerra?

 

João Camargo – Investigador em alterações climáticas, membro do Climáximo

Artigo de opinião no Expresso, 13 de Junho 2024

 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Desconstruindo a “transição energética” do “capitalismo verde”


CIDAC e Mariana Riquito; ilustrações: So 

Tempo médio de leitura: 20 minutos

A transição energética refere-se à passagem de uma matriz energética de origem fóssil, como o petróleo, o gás natural e o carvão, para uma matriz baseada em fontes “renováveis”, como a eólica, solar e hídrica, ou os sistemas elétricos de armazenamento de energia. Este processo, que implica a adoção de novas tecnologias, infraestruturas e inovações baixas em carbono em todos os setores produtivos, é também conhecido por “descarbonização” ou “neutralidade carbónica”.

Atualmente propagada como solução unívoca para mitigar os impactos climáticos e ambientais decorrentes do consumo massivo de combustíveis fósseis, a dita “transição energética” não passa, na verdade, de uma ferramenta discursiva do capitalismo fóssil, que dela se serve para se reproduzir e expandir. Como veremos, esta suposta transição acaba por reproduzir e perpetuar as narrativas dominantes sobre a nossa compreensão do mundo assim como as estruturas socioeconómicas hegemónicas. Não podemos, pois, falar de uma “transição”, mas sim de uma “expansão energética”, que tem permitido ao capitalismo fóssil reinventar-se, pintando-se de verde. Como escreveu Godofredo Pereira, citando Sérgio Godinho, a suposta transição energética é, para os governos e as empresas, “o elixir da eterna juventude, esse que quer que tudo mude, para que tudo fique igual”.

A “transição energética” não prevê uma redução nos níveis de consumo e produção energéticos

Esta suposta transição não questiona os níveis de consumo energético atuais nem procura romper com o crescimento contínuo na oferta energética. As estatísticas sugerem que não estamos a assistir a uma substituição dos combustíveis fósseis, mas sim a um aumento da quantidade total de energia que é produzida. Falar de “transição” é, neste contexto, desonesto, já que, e utilizando as palavras dos investigadores Richard York e Shannon E. Bell, “não se tem verificado uma mudança real de uma fonte [de energia] para outra”. Nesse sentido, o paradigma atual assemelha-se mais a uma “adição de energias que a uma transição energética”.

 

A “transição energética” mantém a dependência de energias fósseis

As estatísticas mostram-nos que o consumo de combustíveis fósseis tem aumentado sistematicamente: em 2022, a procura mundial de energia aumentou 1% e, apesar de um aumento recorde das “renováveis” nesse mesmo período, o domínio dos combustíveis fósseis não se alterou, garantindo 82% dos fornecimentos1. Embora as energias renováveis registem um crescimento regular, estas não têm ultrapassado o lugar de nicho de mercado, e a previsão de futuros investimentos em combustíveis fósseis mostra que a situação não tende a alterar-se.

A “transição energética” representa uma oportunidade de acumulação de capital

Neste quadro, em que as renováveis são acrescentadas ao mix energético, mas não substituem os fósseis, a mitigação climática e a proteção ambiental, historicamente entendidas como ameaças, parecem constituir agora uma oportunidade para o capitalismo contemporâneo: com a ajuda dos Estados, criam-se agora novos mercados, novos produtos, novas oportunidades de negócio “verdes”. No caso da extração de lítio no continente europeu — cuja principal motivação é a produção de baterias para carros elétricos2 —, verificamos que duas das indústrias mais poluidoras do mundo — a indústria mineira e a indústria automóvel — se servem da “transição energética” como oportunidade de acumular capital, ao mesmo tempo que “limpam” a sua imagem de grandes poluidores. De acordo com dados para 2019/2020 disponibilizados pela IEA, o impacto da crescente fatia do mercado automóvel mundial ocupada por viaturas elétricas (aproximadamente menos 40.000 barris de petróleo por dia) foi completamente anulado pelo consumo que representou o aumento de vendas dos SUV no mesmo período.

A crença de que é possível crescer infinitamente e ser “verde” ao mesmo tempo é perigosa, pois sugere que podemos continuar a desgastar o planeta sem sentirmos os efeitos desse esgotamento. Neste sentido, podemos argumentar que a dita transição energética é tão somente uma forma de camuflar – e reproduzir – o atual sistema económico, tingindo-o agora de “verde”.

 

A “transição energética” replica o modelo decisório top-down

Na mesma linha, também o modelo decisório se perpetua. As atuais políticas da suposta transição energética europeia, à semelhança de muitas outras políticas hegemónicas, têm sido decididas e implementadas segundo um modelo decisório top-down, que resulta frequentemente na estandardização das políticas públicas. A montante, as populações locais têm sido desapropriadas do processo decisório e, a jusante, são expropriadas dos grandes lucros destes negócios, tantas vezes prometidos. Sacrificadas em nome de uma “transição verde”, às populações locais sobra-lhes apenas um enorme passivo ambiental e social.

1 Dados do relatório Statistical Review of World Energy de 2023 do Energy Institute, que pode ser consultado aqui.

2  Em 2022, 80% do lítio extraído mundialmente foi usado para baterias, sendo mais de 60% para carros elétricos.

A “transição energética” reforça a narrativa dominante da separação entre Natureza e Cultura

O mito da transição energética não questiona — e, aliás, reforça — a narrativa dominante que estrutura a nossa compreensão do mundo. Essa narrativa dominante é baseada numa “Grande Divisão” entre Natureza e Cultura/Sociedade, segundo a qual os seres humanos são percecionados como exteriores e independentes da Natureza, e esta como um simples meio para atingir os fins da Cultura/Sociedade. Esta visão tem servido de substrato ideológico à destruição ecológica: só entendendo a Natureza como um recurso inferior e descartável se tem podido justificar a sua demolição. Enquanto a intrínseca ligação e dependência da nossa espécie do resto da Natureza for ignorada pelas políticas institucionais, estas continuarão a justificar a mercantilização, comodificação e destruição da Natureza para fins capitalistas.

 

A “transição energética” reduz a complexidade ecológica do planeta ao ‘clima’ e ao ‘carbono’

A suposta transição energética, ao dar prioridade quase exclusiva às alterações climáticas e, especificamente, às emissões de carbono, implicitamente concebe o ‘clima’ como uma esfera distinta da ecologia, por sua vez separada das questões sociopolíticas, económicas e culturais. Fazendo-o, reduz as complexidades ecológicas a números e estatísticas sobre emissões de carbono, que menosprezam a matriz complexa de interdependências que sustentam a vida na terra, e que não se podem resumir simplesmente ao clima, nem ao carbono. Ao apontar uma causa única e identificável — a redução das emissões de carbono —, a chamada transição energética facilita a conversão da natureza em unidades quantificáveis. Os esquemas de compensação de biodiversidade ou os créditos de carbono são bons exemplos que ilustram a forma como as políticas climáticas continuam a achatar a complexidade do planeta, reduzindo-o a agregados técnicos e esquemas matemáticos, baseados numa dissociação entre a materialidade ecológica e a atividade económica. Ora, na biosfera, onde tudo está interligado, cortar árvores e plantar novas, por exemplo, não é equivalente: uma floresta adulta demora anos a desenvolver-se e a frutificar as raízes que a tornam num sistema vivo altamente complexo. Acreditar que a plantação de novas árvores poderá (re)compensar a quebra das complexas teias que (inter)ligam as vastas redes de micélios de fungos às árvores em fruto aos animais que se alimentam deles às abelhas que espalham o seu pólen é ignorar que a terra é um organismo vivo, em permanente (auto)regulação.

A “transição energética” perpetua e reforça a governamentalidade tecnocientífica

Ao reduzir o planeta a um problema técnico a ser resolvido, reduzindo — ou deixando de emitir — emissões de carbono, esta visão favorece aquilo que na literatura se apelida de tecno-fix. Um tecno-fix refere-se à prática de utilizar a tecnologia para resolver um problema criado por intervenções tecnológicas anteriores. Podemos considerar esta abordagem tecnocêntrica uma ideologia, que, nos termos de Evgeny Morozov, “reduz fenómenos sociais complexos a problemas bem definidos e delimitados, com soluções definitivas e computáveis”. A ideologia segundo a qual é possível encontrar uma solução para todos os problemas apostando em novas e melhores tecnologias favorece as estruturas do sistema capitalista, pois estas soluções tecnológicas são mediadas pelas lógicas do mercado. A abordagem tecnocêntrica desta suposta transição reforça, assim, a governamentalidade tecnocientífica, negligenciando e menosprezando outros saberes e práticas mais holísticas.

 

A “transição energética reduz as possibilidades de transformação às questões energéticas

O enfoque na questão tecnocrática da origem energética obscurece a violência intrínseca do sistema que essa energia alimenta, limitando, pois, as possibilidades de pensar, imaginar e construir outros futuros que não o da reprodução capitalista. Limitando o debate sobre o que é — e o que implica — a “transição” a uma escolha entre possíveis fontes energéticas, limita-se igualmente a imaginação social sobre transformações mais profundas, que devem ir muito além da decisão sobre o tipo de energia consumida e produzida dentro do quadro do sistema capitalista. A narrativa hegemónica do mito da transição energética — ao ter estabelecido uma definição universal sobre o que significa “salvar o planeta” — encerra nela as possibilidades de diálogo sobre outras possíveis alternativas e futuros, que rompam com o capitalismo, o extrativismo, o industrialismo e o produtivismo.

Por todas estas razões, a suposta transição energética, longe de representar uma mudança transformativa, assemelha-se a uma reformulação do status quo, pois mantém intactas as estruturas e as mentalidades que levaram o planeta ao estado crítico em que se encontra. O mito da transição energética aparece, assim, como uma ferramenta comunicativa do capitalismo fóssil, que lhe permite fingir que muda de pele para poder continuar a existir. A transição que urge fazer vai muito além de uma mudança na origem das nossas fontes de energia: é necessária uma transformação na forma como nos relacionamos com o mundo, na forma como interagimos entre seres humanos e com outras espécies. Para tal, é imprescindível que as estruturas de consumo, produção e distribuição de energia respondam às necessidades das populações e não do capital; que as pessoas e infraestruturas estejam em simbiose com os territórios e não contra eles; e que a vida na terra seja defendida, respeitada e amada. É urgente, pois, que a narrativa verde dos governos e do capital seja combatida, desmistificada e trocada por uma outra: a do verde da natureza, de quem dela vive, e de quem dela cuida.

Em: https://outraseconomias.pt

sábado, 22 de junho de 2024

Pelo Fim da Pesca Destrutiva da Vida Marinha

 

Temos 2.100 Áreas Marinhas Protegidas em toda a Europa. Mas a pesca industrial ainda utiliza métodos de pesca destrutivos nestas maravilhas naturais . Junte-se ao apelo para garantir que os nossos governos os mantenham afastados e protejam a preciosa vida marinha. 

 



Antes saudáveis ​​e prósperos, os nossos mares são agora objecto de sobrepesca maciça.

 

Temos Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) para proteger e reabastecer a vida marinha, incluindo golfinhos, focas, corais, cavalos-marinhos e centenas de outras espécies. Mas mesmo estas áreas estão ameaçadas. Por 4,4 milhões de horas de pesca de arrasto de fundo!

 

Foi assim que a pesca destrutiva, conhecida como arrasto de fundo, foi permitida em áreas protegidas em Portugal e em seis outros países da UE, apenas entre 2015-2023. [1]

 

A cada hora que passa, a pesca de arrasto de fundo destrói cada vez mais vida marinha preciosa. Redes da altura de um prédio de três andares e da largura de um campo de futebol varrem o fundo do mar, destruindo tudo o que encontram.

 

Um novo relatório revelou que esta prática de pesca destrutiva ainda ocorre em 90% das AMP localizadas em Portugal, Irlanda, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Espanha e Suécia. [2]

 

Em Portugal, o maior número de horas de pesca de arrasto de fundo foi registado em Maceda – Praia da Vieira. Entretanto, o governo português ainda não apresentou um plano de acção nacional para proibir a pesca de arrasto de fundo nas AMP, apesar do prazo da UE ter expirado em Março.

 

O governo português precisa de ouvir os seus residentes , saber que estamos atentos e não o deixaremos ignorar a lei da UE e continuar esta destruição sem consequências. Só quando sentirem a nossa exigência é que teremos oportunidade de salvar os preciosos ecossistemas marinhos.

 

Então, você vai pedir ao seu governo que proteja a natureza antes dos lucros, antes que seja tarde demais? 

 

 

Os nossos mares e oceanos , especialmente as Áreas Marinhas Protegidas, ajudam a combater as alterações climáticas , capturando a poluição e armazenando-a com segurança. Eles são o lar de espécies icónicas, como o golfinho-nariz-de-garrafa, o boto e a foca cinza e comum.

 

Mas estas maravilhas naturais estão a ser sistematicamente destruídas. Enormes redes de pesca destroem o fundo do oceano , transformando os nossos preciosos ecossistemas em terrenos sem vida.

 

A nossa comunidade, juntamente com outros movimentos, lutou durante dois anos para proteger os nossos mares na Europa. E obtivemos um grande resultado! No ano passado, a UE anunciou que iria proibir a pesca de arrasto pelo fundo em áreas protegidas particularmente sensíveis até Março de 2024, e em todas as outras AMP até 2030.

 

Isto aconteceu apenas porque nos reunimos em toda a Europa, aumentamos a pressão sobre os decisores com várias ações e tornamos possíveis mudanças positivas! [3]

 

Agora precisamos de utilizar novamente o poder desta comunidade para garantir que os países da UE aplicam a proibição e ajudar a indústria pesqueira a adaptar-se.

 

Não deixemos que a pesca industrial continue a destruir as Áreas Marinhas Protegidas. Junte-se ao nosso apelo para que o seu governo em Portugal proteja preciosos ecossistemas marinhos!

Obrigado por tomar medidas,

Gina e Emma da Patagônia e Olga da WeMove Europe

Referências:

[1] Mapa de arrasto de fundo - Oceana Europe https://europe.oceana.org/bottom-trawling-map/
[2] Quantificação da atividade de pesca rebocada pelo fundo em sítios marinhos Natura 2000 - Oceana Europe https://europe.oceana.org/reports/a-quantification-of-bottom-towed-fishing-activity-in-marine-natura-2000-sites/
[3] https://wemove.eu/en/victories/what-we-did-for-our-oceans ?akid=5883%2E13656%2EaAk1hB

terça-feira, 18 de junho de 2024

É UM CRIME QUASE PERFEITO...

 

 

 

 

 

 

 

 

Pesticidas neonicotinóides, glifosato e outros matadores de abelhas…

Talvez não saiba, mas as autorizações de comercialização destas substâncias tóxicas para as abelhas e para a biodiversidade foram TODAS emitidas graças ao mesmo comité europeu de especialistas – o “SCoPAFF”…

...um órgão obscuro cujos nomes dos membros são mantidos em segredo, assim como os seus votos ou relatórios detalhados das suas reuniões...

… mas que, no entanto, tem nas mãos o poder de decidir sobre a comercialização de moléculas que podem dizimar milhões de polinizadores e destruir permanentemente ecossistemas inteiros!

Mas há ainda mais escandaloso...

Embora os documentos tenham acabado de confirmar a influência do lobby dos pesticidas no comité que autoriza substâncias tóxicas provenientes de agroquímicos na Europa...


…nossa equipe está entrando na reta final de um teste de longo prazo para acabar com a opacidade que os lobbies aproveitam para influenciar decisões que selam o destino das abelhas e dos polinizadores selvagens...

...e apela ao maior número possível de cidadãos para que se mobilizem agora para apoiar a nossa acção legal: juntos, vamos desarmar os lobbies!











Documentos confidenciais decifrados pela POLLINIS mostram que os lobbies agroquímicos aproveitaram em grande parte este processo de tomada de decisão opaco, antidemocrático e falhado para influenciar os votos do comité e continuar a vender à força os seus pesticidas que matam as abelhas na Europa (1)!

Perante lobbies, a nossa associação está na linha da frente para pôr fim à nociva opacidade do SCoPAFF perante a justiça europeia, e lança hoje um apelo à mobilização geral para nos apoiar nesta batalha:

Ajude-nos a evitar que a indústria dos pesticidas estabeleça a lei e sele impunemente o destino das abelhas e dos polinizadores na Europa!

ASSINO A PETIÇÃO

É através da luta e da determinação, graças à legitimidade que nos é dada pelas centenas de milhares de cidadãos mobilizados ao nosso lado...

… depois de vencer um impasse jurídico histórico contra a Comissão Europeia e os lobbies no ano passado, que permitiu à POLLINIS obter documentos internos do SCoPAFF (2)…

... depois de ter examinado meticulosamente centenas de documentos técnicos e complexos sobre as negociações secretas que ali decorrem, com o olhar experiente da pequena equipa que lidera esta luta a longo prazo...

que a POLLINIS obteve uma troca direta de e-mails entre representantes da SCoPAFF e o poderoso lobby europeu de pesticidas Associação Europeia de Proteção de Cultivos (agora CROPLIFE) – que representa os interesses da Bayer-Monsanto, Syngenta-ChemChina, Corteva e outros.

Um documento inédito e valioso que não poderia ser mais explícito ao mostrar a intolerável duplicidade de critérios aplicada pela União Europeia:

>> enquanto a mais estrita opacidade é exigida para cidadãos e associações ambientais que, como a POLLINIS, gostariam de defender as abelhas e os seres vivos contra os pesticidas...

…as empresas agroquímicas tiveram acesso direto aos membros da SCoPAFF, seus nomes e seus e-mails…

…para convencê-los a abandonar as medidas benéficas para proteger as abelhas domésticas e selvagens recomendadas pela autoridade sanitária europeia (EFSA) e por cientistas independentes, especialistas em polinizadores (3).

Medidas essenciais para identificar e retirar do mercado os pesticidas que são tóxicos para os preciosos insectos forrageiros (4) e tentar travar a sua dramática extinção.

Resultado: durante mais de uma década, os membros do SCoPAFF cederam obedientemente à pressão do lobby, em detrimento de milhares de milhões de abelhas e polinizadores, sendo os seus compromissos ineptos com empresas agroquímicas cobertos pelo selo de sigilo (5) !

À medida que novas negociações cruciais sobre o fortalecimento dos testes de toxicidade de pesticidas continuam este ano, os mesmos métodos opacos podem muito bem levar ao mesmo desastre para a biodiversidade...

É por isso que a POLLINIS soa o alarme e apela ao maior número possível de cidadãos para se mobilizarem imediatamente para, em conjunto:

>> evitar que a indústria de pesticidas sacrifique milhões de abelhas domésticas e selvagens durante muitos anos, influenciando mais uma vez a votação do SCoPAFF em completo sigilo para maximizar os seus lucros;

>> forçar a Comissão e os recém-eleitos parlamentares europeus a mudar as regras do jogo de que beneficiam os lobbies na Europa, estabelecendo a mais completa transparência nas negociações no âmbito do SCoPAFF.

É inaceitável que decisões benéficas para a sobrevivência das abelhas e dos polinizadores na Europa estejam nas mãos dos lobbies dos pesticidas responsáveis ​​pelo seu declínio!

Ajude-nos a obter transparência nas negociações do SCoPAFF sobre abelhas, juntando-se à mobilização em apoio à nossa ação legal e divulgando este alerta.

Juntos, vamos desarmar os lobbies agroquímicos!

► ASSINO A PETIÇÃO

Esta mobilização é o passo decisivo numa luta de longo prazo que a POLLINIS está a travar contra a Comissão Europeia e os lobbies.

Lembrar:

>> Em 2019, obtivemos o apoio oficial do Provedor de Justiça Europeu, face ao bloqueio da Comissão Europeia, aos nossos repetidos pedidos de acesso aos arquivos SCoPAFF (6), para lançar luz sobre uma década de negociações que sabotaram medidas essenciais de protecção das abelhas e da biodiversidade;

>> Em 2022, obtivemos uma vitória histórica em tribunal contra a Comissão Europeia: o Tribunal de Primeira Instância da União Europeia anulou a recusa ilegal da Comissão em transmitir os documentos administrativos exigidos;

>> Em 2023, acessamos dezenas de relatórios, e-mails e documentos de trabalho do SCoPAFF, graças à mobilização de mais de 130 mil cidadãos em cujo nome lutamos pela transparência e defendemos nossos direitos.

Em 2024, devemos absolutamente redobrar os nossos esforços para fixar em pedra a obrigação de transparência nas negociações que selam o destino das abelhas e da biodiversidade!

Com o apoio do maior número possível de cidadãos:

>> intensificaremos a pressão sobre os eurodeputados recém-eleitos para que uma reforma urgente do processo de tomada de decisão europeu seja colocada nas mãos da Comissão Europeia;

>> continuaremos o impasse jurídico contra a Comissão Europeia, que recorreu da sua condenação perante o Tribunal de Justiça da União Europeia, e tentaremos incluir a transparência do SCoPAFF na jurisprudência do mais alto tribunal do continente;

>> e continuaremos a levantar a sua voz junto dos nossos líderes e do Provedor de Justiça Europeu, para que os lobbies não possam mais conspirar nas sombras com representantes institucionais e sacrificar as abelhas e a biodiversidade impunemente para mimar os lucros dos seus acionistas.

É por isso que precisamos da sua mobilização.

Porque as próximas reuniões do SCoPAFF poderão ser decisivas:

novas medidas de protecção das abelhas contra os pesticidas devem ser votadas... e poderão novamente ser bloqueadas pelos lobbies se não agirmos agora!

É por isso que POLLINIS apela urgentemente à mobilização geral dos cidadãos para consagrar perante os Tribunais Europeus, e com o apoio dos deputados europeus comprometidos contra os pesticidas, o direito à transparência e à Justiça para as abelhas:

► ASSINO A PETIÇÃO

Nesta luta salutar pela vida, tudo está interligado.

Porque se não tivermos acesso às negociações secretas do SCoPAFF, os lobbies poderão continuar a convencer os seus membros a dar prioridade aos seus interesses financeiros em detrimento da sobrevivência das abelhas e dos polinizadores.

Mas se chamarmos a atenção para o SCoPAFF, quais representantes se atreveriam a defender publicamente o extermínio de abelhas e polinizadores por pesticidas?

É por isso que lutamos, em seu nome, e é por isso que continuaremos a lutar em Bruxelas contra os lobbies, com a força que todos os cidadãos empenhados nos darão hoje.

Podemos contar com o seu apoio?

► ASSINO A PETIÇÃO

Agradecemos antecipadamente por sua ação.
 

Com esperança e determinação,

A equipe POLLINIS


Referências

  1. POLLINIS, O que é SCoPAFF, o playground ideal para agroquímicos na Europa? , 12 de junho de 2024.
  2. POLLINIS, Julgamento de “testes de abelhas”: vitória pela transparência e contra os lobbies , 15 de dezembro de 2022.
  3. EFSA, Orientações sobre a avaliação de riscos de produtos fitofarmacêuticos em abelhas (Apis mellifera, Bombus spp. e abelhas solitárias) , 4 de julho de 2013.
  4. EFSA, “ Parecer científico sobre a ciência por trás do desenvolvimento de uma avaliação de risco de produtos fitofarmacêuticos em abelhas (Apis mellifera, Bombus spp. e abelhas solitárias) ”, 2012.
  5. POLLINIS, Nota resumida sobre o intenso lobby das empresas agroquímicas , 12 de julho de 2019.
  6. Provedor de Justiça Europeu, Recomendação do Provedor de Justiça Europeu no caso 2142/2018/TE sobre a recusa da Comissão Europeia em conceder acesso às posições dos Estados-Membros sobre um documento de orientação relativo à avaliação do risco de pesticidas para abelhas , 4 de abril de 2022.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Na manifestação “nós fazemos o futuro”



No dia 01-06-2024 estivemos na manifestação “nós fazemos o futuro”, que juntou mais de 20 organizações em Portugal e, entre os dias 31 de Maio, 1 e 2 de Junho, em vários outros países europeus (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Países Baixos, Polónia e Suécia).

Esta manifestação convocada pela plataforma “salvar o clima” pretende exigir, aos eurodeputados que forem eleitos no próximo dia 9, que apresentem, aprovem e concretizem medidas para os cortes de emissões de gases com efeito de estufa necessários para evitar o aquecimento do planeta em mais de 1.5ºC. 

 

 

 

Tendo como prioritárias as seguintes:

1. Transição justa já

A era dos combustíveis fósseis tem de chegar ao fim.

O seu impacto devastador no clima e na vida das pessoas a nível mundial, em particular no Sul Global e nas mulheres, exige uma transição justa já.

Não podemos deixar ninguém para trás. É preciso uma transição energética justa nos prazos da ciência que prioriza as pessoas acima dos lucros das empresas.

Esta transição vai mais além de apenas mudar as fontes energéticas: é uma oportunidade de mudar a forma como todo o sistema funciona.

 

2. Cancelamento da dívida do Sul Global

É hora de cancelar incondicionalmente a dívida dos países do Sul Global, muitos deles colonizados pela Europa.

Cancelar a dívida aliviaria recursos no Sul Global para o investimento em necessidades essenciais como saúde, educação e infraestruturas.

O cancelamento da dívida é o caminho para travar o controlo neoliberal do Norte Global sob as economias do Sul, rumo à auto-determinação e à libertação.

Portugal tem uma enorme dívida histórica por reconhecer, e há várias empresas portuguesas que têm projetos de exploração fósseis neo-coloniais.

 

3. Fim aos subsídios fósseis

Os financiamentos sistémicos de combustíveis fósseis são um dos pilares da crise climática.

O atual sistema incentiva os combustíveis fósseis e as suas as atividades destrutivas, favorecendo o lucro em vez da vida. A União Europeia atualmente gasta 359 mil milhões de euros por ano a financiar a indústria dos combustíveis fósseis.

 

4. Fim à publicidade das empresas de combustíveis fósseis

A indústria fóssil está a destruir o planeta e as condições de vida das pessoas, e a lucrar milhares de milhões à custa disso.

Não podemos permitir que lavem a sua imagem através de publicidades enganosas que apenas servem para esconder os seus crimes. 

 

5. Os ultra-ricos e as empresas poluidoras pagam

Os ultra-ricos e as empresas poluidoras pagam a transição energética!

A transição energética deve ser um processo rápido e justo, que não deixe ninguém para trás e que, acima de tudo, não saia dos bolsos das pessoas normais.

Têm de ser as empresas poluidoras e os ultra-ricos, os maiores responsáveis pelas emissões de CO2, a pagarem a transição. Exigimos justiça climática!

 

6. Energia renovável como bem público e acessível

A energia renovável deve ser um bem público e acessível a todas as pessoas, e não uma mercadoria para o lucro das empresas.

A energia é um direito. Numa Europa onde milhões de pessoas sofrem de pobreza energética, a energia limpa deve ser um bem acessível às populações para se defenderem do cada vez mais crescente calor e frio extremos.