Declaração Final – 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática discute plano reivindicativo do movimento e marca os próximos passos da luta.
Nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro, uma centena de pessoas de várias partes de Portugal (e com presença de convidadas internacionais especiais) estiveram no 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática. Em dez sessões paralelas e quatro plenários, partilhámos, debatemos, deliberámos e planeámos.
Tivemos dois eixos principais. Discutimos o Plano pela Justiça Climática: uma visão pelas pessoas e para as pessoas, para travar a crise climática. E construímos a Agenda pela Justiça Climática: ações coordenadas para o ano de 2025.
No eixo do Plano pela Justiça Climática,
- foi divulgada a versão editada do Plano de Desarmamento e Plano de Paz, redigido pelo Climáximo no enquadramento da crise climática como um estado de guerra declarada unilateralmente pelos governos e empresas contra as pessoas e o planeta;
- foi lançado o relatório final das Jornadas pela Democracia Energética;
- explorámos o texto-visão “2055 um mundo sem extrativismo” que surgiu duma oficina de pensamento utópico no 4º Acampamento em Defesa do Barroso;
- discutimos o Manifesto Azul redigido pela Sciaena para virar a maré pelo oceano e clima; e
- debatemos também vários outros temas como mobilidade e transportes em emergência climática, racismo ambiental, descolonização, extrativismo “verde” e formas de colaboração dentro do movimento.
No eixo da Agenda pela Justiça Climática, apontamos para
- a greve estudantil pelo Fim ao Fóssil 2030, convocada pela Greve Climática Estudantil Lisboa, no dia 28 de abril, que inicia duas semanas de paralização das escolas;
- a assentada popular Parar os Aviões no dia 1 de junho, convocada pelo Climáximo, que outras organizações também estão convidadas a subscrever (aqui); e
- a resistência popular contínua contra as minas no Barroso, organização de eventos de solidariedade com a mesma, e o reforço aos núcleos regionais de apoio à luta.
O Encontro é um momento anual importante para o movimento pela justiça climática, mas não existe isoladamente. Saudamos os encontros locais que aconteceram no Porto e em Braga nos meses passados, e celebramos o encontro local que está a ser marcado em Coimbra.
O que nos une no 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática nos une nas ruas, nos territórios, nas campanhas, no movimento e em movimento. Só um movimento forte e radical de resistência popular consegue travar o colapso da civilização e construir um planeta habitável e uma sociedade justa.