quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Poluição provocada pela Tomatagro- Mais uma queixa enviada à APA...

...sem consequências?

O completo desinteresse dos poderes locais face à degradação visível e cheirável do ambiente, bem como das populações em geral, mostra bem o abismo que nos separa entre um presente insustentável de pandora escancarada e o futuro que desejamos.

               

Foto da poluição do rio Maior no dia 10 de Agosto, causada pela Tomatagro. 

Sem mais amor, dedicação, crença, disponibilidade e valorização do produto dos 4 000 000 000 de anos de evoluçõ biológica que herdámos, de que somos todos fiéis depositários para as gerações seguintes, já severamente delapidada e em rápida erosão, em breve pouco restará.

S. João da Ribeira é um bom exemplo. Lindos outeiros encimados de harmoniosos bosques plenos de biodiversidae, uma zona ribeirinha frondosa, capaz de nos encher a alma de bucólicas impressões ao entardecer, lembrando outras paragens celebradas por grandes nomes da pintura.

Porquê? Por acaso, apenas, enquanto as bulldozers não entrarem em ação, e os eucaliptos, ou afins, não vierem a prometer pecúlio maior. Veja-se o que se na zona do Paúl da Marmeleira.

É por mero acaso que ainda haja beleza e vida no nosso país, não porque a grande maioria assim o deseje, apenas por mero acaso e lastro de um passado mais ou menos refractário às investidas dos novos tempos.

A carta:

"Exmo. Senhor Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente


O Movimento Cívico Ar Puro (Concelho de Rio Maior), vem por este meio, informar-vos que a empresa Tomatagro – Indústria Agro-Alimentar, Lda, situada na freguesia de S. João da Ribeira, desde que iniciou a laboração, da actual campanha, está a descarregar as águas residuais para o leito do rio Maior, eventualmente, sem o tratamento adequado, conforme indiciam as fotos tiradas no passado dia 10 de Agosto, o cheiro nauseabundo, a cor vermelha e pastosa, bem visíveis.


Considerando que o rio não tem caudal, neste período de seca extrema, estas descargas tem um impacto extremo no já moribundo rio, queremos acreditar que, “a licença de descarga de águas residuais emitidas pela APA-ARH Tejo e Oeste, válida até 22.5.2023,” , determine que estas só possam ser efectuadas após tratamento adequado, de molde a não degradar ainda mais a já péssima qualidade da escassa massa de água existente no leito do rio Maior.

Esta situação verifica-se todos os anos, transformando o rio Maior, a partir desta unidade industrial, num rio morto e vermelho, num esgoto a céu aberto, por mais que, “os controlos analíticos dos parâmetros de qualidade, entregues, não provem a existência de não conformidades com os requisitos estipulados na licença”, assim como a informação que nos foi remetida pelo IGAMAOT, em 31 de Março de 2016, passamos a transcrever: “... no dia 10 de setembro a mesma entidade efectuou uma ação de fiscalização à empresa, não tendo sido verificada qualquer situação relacionada com a denúncia.”, a realidade objectiva demonstra-nos que, os acima transcritos controlos analíticos, assim como as a acção de fiscalização, não são confiáveis, nem merecedores de credibilidade.


Mais informamos, como trabalha em laboração contínua, no período nocturno, devido ao forte ruído produzido, assim como os gazes que espalha no ar, causa transtornos graves e susceptíveis de provocar distúrbios do sono e de saúde, de todos os que residem nas imediações e provocando graves danos ambientais, sendo os mesmos indiciadores de provável não cumprimento da legislação em vigor, para este sector de actividade. 

Sem outro assunto de momento,

Com os melhores cumprimentos,

 Movimento Cívico Ar Puro"